não preciso ver as costuras dos meus dedos para entender o que se passa, pois minhas mãos não tremem o suficiente quanto os meus tornozelos
não sei o que faço que desando tudo
sem voltar ou descaminhar
aborreço os movimentos
pulo em falso sem cair
durante o rodopiar do pingos
são poças de tintas
são desenhos e meus braços
são tremeliques e respirações ao naufragar o que chamo de vontade
20070215
20070204
ela cozinha muito bem
senta-se à mesa e então percebe que sobra um prato
o lugar a sua frente
talheres sem mãos
guardanapo limpo
copo em vidro e só
dança descompassada
a música a dois e chora a um
e dois olhos
para três beijos: dorso da mão direita, ombro e joelho esquerdos
não respira
não respira
não
ela dança
retorna à mesa
comida
boa] cebola fina
cortada
ela nem chora, porque sabe
pouco alho
muito sal e pimenta
não engorda
nada sobra, mas demais
só
cozinha e
quase chora [a cebola
e dança as mãos no fio
faca
cega d'água, come
sem respirar
ins-; ex-; as-
louca desconjugada por pretérito-mais-que-perfeito
mas sempre faz a mais
senta-se à mesa e então percebe que sobra um prato
o lugar a sua frente
talheres sem mãos
guardanapo limpo
copo em vidro e só
dança descompassada
a música a dois e chora a um
e dois olhos
para três beijos: dorso da mão direita, ombro e joelho esquerdos
não respira
não respira
não
ela dança
retorna à mesa
comida
boa] cebola fina
cortada
ela nem chora, porque sabe
pouco alho
muito sal e pimenta
não engorda
nada sobra, mas demais
só
cozinha e
quase chora [a cebola
e dança as mãos no fio
faca
cega d'água, come
sem respirar
ins-; ex-; as-
louca desconjugada por pretérito-mais-que-perfeito
mas sempre faz a mais
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